13 de fevereiro de 2011
Por padre Estevam
Na época de Jesus haviam tantos mandamentos. Cada um dos 10 mandamentos possuía tantos e diversos acréscimos que a lei havia se tornado um fardo. No entanto ao contrário de dizê-la que ela não era importante, Jesus diz que não veio abolir e sim dar pleno cumprimento. Isto é, ajudar a interpretar a lei na sua raiz, no seu principio e não no legalismo o que era feito na época de Jesus.
As leis são assim: se não conhecermos a sua essência, isto é, o porque foi escrita, corre-se o risco de se cair no legalismo, cumprir somente por cumprir e esta observância não muda em nada a realidade somente pioram.
É incrível como algumas comunidades ainda hoje insistem em alguns preceitos antigos, mas que foram totalmente abolidos pela realidade autenticamente cristã: observar sábados, não comer carne de porco, não realizar transfusões de sangue, estabelecer a saia ou o vestido como indumentárias únicas para as mulheres etc. Essas coisas caducaram: “ninguém, pois, vos critique por causa de comida ou bebida, ou espécies de festas ou de luas novas ou de sábados. Tudo isto não é mais que sombra do que devia vir. A realidade é Cristo” (Cl 2,16-17). Enquanto se insistem nessas “sombras da realidade”, é possível que coisas mais importantes sejam descuradas como aquelas que o Senhor nos diz no Evangelho de hoje: viver a caridade para com todos, guardar o coração puro e casto, viver na verdade em todo momento.
A coerência é, sem dúvida, uma dessas realidades que não podem ser negligenciada por um cristão. Não é coerente, por exemplo, criticar as riquezas do Vaticano, que são patrimônio da humanidade, e, ao mesmo tempo, ter o coração fechado para os demais. Devemos preferir aqueles ricos que vão ao Vaticano admirar essas mesmas riquezas, mas são capazes de abrir o coração e ajudar os mais necessitados. O Santo Padre, que mora no Vaticano, é um dos que mais ajuda os pobres.
É muito mais fácil andar por aí defendendo a liberdade das mulheres no uso do seu próprio corpo e, ao mesmo tempo, proibir outros seres humanos de nascerem. Esses defensores da liberdade só conhecem um lado da liberdade. No entanto, é preferível a defesa da dignidade das mulheres com a defesa simultânea da defesa da dignidade dos outros seres humanos não nascidos. Defender uma verdade é algo louvável, defender duas é duas vezes louvável! Somente as pessoas inteligentes podem conjugar duas verdades aparentemente contraditórias. No entanto, uma verdade não pode contradizer outra verdade. A dificuldade que a inteligência encontra está no raciocínio equivocado, não nas realidades.
Entrar na moda e criticar a orientação bíblica da beleza e da responsabilidade para com a sexualidade humana, é tampar os olhos para a triste realidade onde a modernização da sexualidade chegou: lares incompletos, filhos inseguros, mulheres na sua grande maioria infelizes.
O importante é que estejamos atentos ao “EU” de Jesus, à autoridade de Jesus. O importante é que não substituamos a verdade de Deus pelas supostas “verdades” que surgem nos grandes meios de comunicação. O importante é que sejamos cristãos de verdade e entremos cada um, com liberdade e responsabilidade pessoais, nos meios de comunicação e anunciemos a Verdade que liberta, Jesus Cristo.
Ouvistes o que foi dito aos antigos, ouvistes o que se disse aos novos, ouvistes o que se diz na televisão, na rádio e em tantos outros lugares. É bom informar-se! Jesus, porém, nos recorda: “Eu, porém, vos digo”. O Senhor diz a todos nós que o Evangelho é sempre moderno, que nós não precisamos ter medo de dialogar com a cultura contemporânea. Com outras palavras, a evolução das espécies não pode diminuir a nossa fé, o heliocentrismo (ou outra teoria que surja) tampouco a aumenta ou diminui; as riquezas do Vaticano; a corrupção dos costumes, em lugar de implicar um retrocesso na nossa caminhada cristã, deveria ser um desafio para a nossa inteligência e a nossa vontade iluminadas pela fé. Enfim, qual é o fundamento da minha fé? Jesus Cristo, Deus verdadeiro e Homem verdadeiro. Nele se pode confiar sempre!. É Nele que a nossa Igreja Católica Apostólica Romana coloca a sua confiança. É em Jesus e na lei do Amor que devemos progredir em nosso caminho.
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