segunda-feira, 9 de maio de 2011

Homilia Dias das Mães

8 de maio de 2011
3º Domingo da Páscoa

Discípulos de Emaús (Lc 24, 13-35)
Dia das Mães
Por padre Estevam  

Introdução:
Queridos irmãos e irmãs,
estamos celebrando hoje o 3º domingo da Páscoa, comemorando como em todos os domingos a Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Vejamos a cena do evangelho de  LC 24, 13-35:
·         Jesus morre em Jerusalém
·         Dois discípulos decepcionados  saem de Jerusalém e vão para EMAUS
·         Pelo caminho Jesus disfarçado começa a caminhar com eles
·         Eles não reconhecem a Jesus
·         Jesus pergunta:  o que eles conversam? Eles respondem espantados que conversavam sobre a morte de Jesus
·         Jesus explica a Bíblia para Eles
·         Eles convidam Jesus para entrar na casa deles
·         Jesus entra, parte o pão, eles reconhecem Jesus, Jesus desaparece e eles voltam felizes para Jerusalém
Aprofundando o texto:
Caríssimos irmãos, vejamos alguns pontos importantes para serem meditados.
Discípulos: Cléofas e outro: estavam decepcionados, fugindo para Emaús, angustiados. Cheios de problemas, sem esperança, tristes.
Como eles eram lentos para crer?  Jesus estava ali, ressuscitado, perto deles e eles não enxergavam. As vezes a solução está na nossa frente e não vemos. Foi isso que aconteceu, Jesus começou a  caminhar com eles, pois Jesus sempre caminha com quem está angustiado e tristes, e, mesmo assim; eles não  reconheceram a Jesus.  Após a ressurreição ele passou a se disfarçar para nos testar...  

(2)
A PALAVRA: Jesus pergunta, inicia um diálogo, eles nada percebem, mas a Divina Misericórdia os acompanha pelo caminho,  afinal eles ficaram surpresos por Jesus ser o único forasteiro que parecia não saber o que havia acontecido em Jerusalém. Subestimam a Jesus, pois Ele sempre conhece nossos assuntos e problemas...
Jesus começa a explicar a bíblia para eles, começa podemos assim chamar da LITURGIA DA PALAVRA. Interessante que eles ficaram com o “coração ardendo” por Jesus está explicando a Palavra pelo Caminho.
FICA CONOSCO: Que experiência bela, eles após a liturgia da Palavra acolheram aquele peregrino  na casa deles que  FEZ DE CONTA QUE IA MAIS ADIANTE:  “FICA CONOSCO SENHOR, É TARDE E A NOITE JÁ VEM...” Como é bom acolher: o Apostolo Paulo diz que graças ao acolhimento acolhemos anjos sem saber.... A Palavra de Deus é eficaz, muda e converte...
LITURGIA EUCARÍSTICA:  Jesus de convidado passou a ser o dono da casa (anfitrião) pois Ele  sentou-se a mesa e Ele mesmo serviu o pão. Grande semelhança com a liturgia eucarística da missa, pois,  Ele partiu o Pão, deu a eles, e eles o reconheceram.  Jesus sumiu da vista deles, pois  não era mais preciso vê-lo fisicamente pois agora Ele havia se revelado na Liturgia Eucarística e  na liturgia da Palavra e isso é podemos chamar de Santa Missa.

Alguns detalhes:
EMAÚS: Lugar de fuga. Eles estavam fugindo, saindo de Jerusalém, indo para Emaús. As vezes fugimos da Cruz, nos esquecemos que o sofrimento também nos aproxima de Deus, que  por traz do sofrimento pode surgir  a vitória.  Emaús é sinônimo de cegueira, da não compreensão do evento Pascal. As vezes nossa casa é como se fosse Emaus, lá não queremos enxergar a ressurreição de Jesus, lá não queremos entender a beleza da partilha e a beleza de se viver em comunidade. Ir a Emaús é abandonar o projeto de Deus.

(3)
JERUSALÉM: Lugar do sofrimento, mas, também da Ressurreição de Jesus. Lugar de se enfrentar a realidade e de se regozijar com a esperança da vida eterna.  Jerusalém é o lugar onde Jesus venceu e é o lugar que com Ele venceremos. Jerusalém é sobretudo nossa comunidade, nossa Fé, nossa Igreja, nossa missão.
Caminho: Jesus é aquele que caminha com a humanidade. Que certamente em momento de sombras ou trevas, é ai, que o Cristo, as vezes um tanto disfarçado, se apresenta para  verdadeiro diálogo e uma grande celebração.

Dando sentido ao domingo e juntando a celebração das mães:

Caros irmãos e irmãs, permita-me  algumas palavras as nossas mães, afinal de contas hoje é o dia dedicado a elas.
Mães catequistas:  Aquelas que como Jesus, se disfarçam do próprio Deus e apresentam o caminho de Cristo para seus nenês, seus meninos, suas meninas, e são anjos disfarçadas de mães, para orientar a respeito das verdades da vida, das verdades da fé.
Jesus caminha com os dois discípulos, mas, do que nunca, as mães precisam continuar a andar com seus filhos, apresentando de maneira especial as escrituras, a palavra e os sacramentos a seus filhos. A primeira catequese e a primeira catequista devem ser e continuar sendo as mães. Mesmo que a estrada esteja difícil para educar, sobretudo hoje, mas, como já dizia o Pe. Bruno: É IMPOSSÍVEL EDUCAR SEM DEUS... não deixem Deus de lado, ensinem e continuem a ensinarem seus Filhos a caminhar com o Cristo e com a sua Igreja.
Mães desatentas, lentas, que gostam de Emaús ( shoppings, clubes, trabalhos, salões etc)   e fogem de Jerusalém(atenção, responsabilidade, presença etc ):  Não se esqueçam que são mães, que o tempo deve ser voltado para seus filhos, e que ninguém as substituirá. Amor de Vó, mesmo até maior, mas é de vó ou de tia, não é de mãe e  todos necessitamos do amor de mãe.

(4)
FILHOS  MESMO LENTOS DE CORAÇÃO MAS ATENTOS: Disse Jesus: como sois lentos de inteligência. Os filhos mesmo com dificuldades, mas as mães nunca devem perder a esperança, devem correr atrás deles e comunicar a Fé, pois com a Palavra e o testemunho das mães, os corações dos filhos  irão continuar ardendo para toda a vida.
MARIA: Uma Palavra sobre a mãe de Jesus. Ela,. Certamente foi  contemplada por uma aparição especial do FILHO. Ela que soube plantar, certamente entendeu desde cedo o MISTÉRIO DA RESSURREIÇÃO. A Ela, mãe de Jesus e nossa, e a todas as mães uma palavra:  muito obrigado, pois certamente assim como Jesus se disfarçou de andarilho, Ele  também se disfarça de Mãe...  Viva Jesus, viva nossas Mães...

CONCLUSÃO:
Com os discípulos  que experimentando o dia de Pentecostes  se tornaram as fiéis testemunhas da Ressurreição de Jesus Cristo,  sejamos também capazes de reconhecê-lo   quando:
·         Partilhamos com os mendigos e famintos nossa comida e nossa atenção.
·         Quando estamos em meio de nossos sofrimentos e dificuldades.
·         Quando deixamos de ir para Emaús lugar de fuga e enfrentamos a realidade sempre confiante na ação de Cristo.
·         Quando  priorizamos o primeiro dia da semana: o domingo para reconhecer Jesus na santa missa na LITURGIA DA PALAVRA E NO PARTIR O PÃO (Liturgia Eucarística)
·         Quando aprendemos a dar testemunho com  o nosso tempo e com a nossa vida  de que somos de Cristo e queremos voltar com Ele, não para Emaús mas para a Jerusalém celeste.

Pe. Estevam dos Santos Silva Filho- Pároco.

Segundo Domingo da Páscoa

1° de maio de 2011
Por padre Estevam

Queridos Irmãos,

Introdução:
Podemos imaginar a cena narrada pelo evangelho de hoje:
·         Os discípulos de porta trancada com medo dos judeus...
·         Reunidos no primeiro dia da semana(domingo)
·         Jesus Ressuscitado aparece desejando a paz(Shalom!) ....
·         Tomé não estava presente...

Desenvolvimento:
Prestemos atenção:
Era domingo, os discípulos agora se reuniam para celebrar  no domingo, não mais no sábado, eles romperam com o sábado, aliás, no domingo que Cristo Ressuscitou,  portando, eles passaram a celebrar a nova criação, pois a Ressurreição era agora uma espécie de nova criação.
É importante perceber que Jesus aparece ressuscitado,  não era  um fantasma como Ele mesmo disse: “ fantasma não tem carne e osso como vêem que eu tenho”, e não era uma reencarnação, doutrina totalmente contrária a ressurreição, mas Jesus se apresenta com um corpo glorificado, vivo, vencedor da morte.

A reação da comunidade é de alegria, de paz, de vitória... Afinal  3 dias atrás tudo parecia perdido, eles agora estavam entendendo a força da ressurreição de Jesus. Entenderam que quem confiasse em Jesus nunca ficaria desiludido...
Jesus sopra: Recordemos que no inicio da criação no livro do Gêneses,  Deus sopra sobre o homem e lhe concede vida.  Agora ele sobra sobre os discípulos e lhes concede o Espírito Santo.
Concede poder de perdoar pecados, de reter pecados... Ele  legitima os seus discípulos que estavam reunidos em comunidade. Ele institui o Sacramento da Confissão...

Tomé não estava na comunidade: Tomé estava ausente, não viu o Cristo Ressuscitado.  Só 8 dias depois,  novamente em um domingo, quando  Tomé estava presente foi que Cristo novamente apareceu. “ Toque em mim tome, ponha sua mão em minhas mãos... não sejas incrédulo mas tenha Fé...” disse Jesus a Tomé.
Alguns questionamentos e observações sobre Tomé e sobre os Apóstolos:
Tomé era sincero, mas, limitado em sua fé.  Queria algo extra-ordinário, mágico para poder crer. Muitas vezes corremos o risco de não enxergar Jesus nas coisas simples, mas, querermos sempre milagres, só grandezas.  Observemos por exemplo muitas religiões pentecostais, sempre expondo, prometendo ou “vendendo” milagres...
Tomé é chamado por Jesus a se tornar um BEM AVENTURADO... Crer sem precisar ver.  Crer  através do testemunho da comunidade reunida, do Testemunho e da Fé dos Apóstolos...
Tomé, certamente a partir daquele dia nunca mais quis faltar a missa ( o domingo na comunidade pois só na comunidade é que é possível enxergar primeiramente a Jesus). Isso deve nos questionar como estamos organizando nosso domingo e como ajudamos os outros a celebrar o domingo.                                                                                                           
PORTAS FECHADAS.... devemos tomar cuidado para que a nossa comunidade e a nossa fé não sejam “de portas fechadas...”.Isto é, que não se preocupe com o alimentar a fé dos outros, sem responsabilidade com a evangelização e a missão.

A primeira leitura: mostra um retrato das primeiras comunidades cristãs.
Os primeiros cristãos viviam como um carro com 4 rodas, isto é:
Imaginemos a importância de cada uma das 4 rodas para o equilíbrio do carro.
1ª roda: Os primeiros cristãos eram perseverantes nos ensinamentos dos apóstolos... (grego didaché)
2ª roda: Na comunhão fraterna  partilhando  tudo, não haviam necessitados... (grego Koinonia)
3ª roda: nas orações:  Freqüentavam o templo, se reuniam aos domingos, celebravam a Eucaristia...
4ª roda: a fração do Pão
Este retrato continua a ser um modelo para nossa comunidade, para nossa vida, viver o ideal  destas primeiras comunidades, aliás, os primeiros convertidos faziam questão de mostrar a diferença no mundo e devido ao testemunho deles cada dia o Senhor aumentava o número dos que Acreditavam em Jesus...
Dia da Divina Misericórdia: "É o dia que liturgicamente já está centralizado no tema da misericórdia, porque celebra a aparição de Jesus no Cenáculo – com o coração aberto – e a instituição do Sacramento da Confissão e da Penitência. Portanto, é um domingo em que a Liturgia fala muito da misericórdia de Deus, manifestada por Cristo Ressuscitado.
Papa João Paulo II: O  Pontificado de João Paulo II está profundamente ligado ao tema da misericórdia, pois ele próprio canonizou a maior propagadora desta devoção:  Santa Faustina e ele próprio  confiava profundamente em Jesus Misericordioso. Ele foi um sinal da misericórdia de Deus para nós, ele foi um BEM AVENTURADO isto é um BEATO como hoje mesmo foi declarado como beato, modelo; breve, também será chamado SANTO.                                                                                                       

Conclusão:
Desta maneira caríssimos irmãos,  voltemos para o cenáculo das Aparições,  voltemos para o coração aberto de Jesus que revela-nos a sua misericórdia através do sacramento sobretudo da confissão, deixemos guiar pelo Espírito de Jesus Ressuscitado e clamemos sempre em todos os momentos de nossa vida contemplando o ícone da Divina Misericórdia :

Eterno Pai, eu vos ofereço o Corpo, Sangue, Alma e Divindade de vosso diletíssimo Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, em expiação de nossos pecados e os do mundo inteiro.

PELA SUA DOLOROSA PAIXÃO
TENDE PIEDADE DE NÓS E DO MUNDO INTEIRO...

"Deus Santo, Deus Forte, Deus Imortal, tende piedade de nós e do mundo inteiro."

Pe. Estevam Santos-Pároco

Homilia do Sábado santo

23 de abril de 2011
Por padre Estevam

Caros Irmãos,

Aleluia, quer dizer: ALEGRIA, exultemos de alegria,
RESSUSCITOU, não ficou no túmulo, verdadeiramente  este é o FILHO DE DEUS, Jesus o Cristo, o Cristo Jesus! ALELUIA!

Após a tristeza da sexta feira  a noticia de que o seu corpo não estava mais no tumulo  tomou os discípulos  de grande alegria pois  subitamente  as recordações de todas as palavras de Jesus passaram a povoar suas mentes. Ele havia previsto, havia profetizado, havia ensinado que ao terceiro dia ressuscitaria. Tudo estava nos planos de  Deus  como aliás pudemos constatar com as diversas leituras que escutamos aqui hoje.

No evangelho: Primeiro as mulheres ficaram sabendo, depois os discípulos e depois através deles o mundo.  Ele deixou ser tocado por  Tomé, comeu peixe, pão ceou  com os discípulos, se disfarçou várias vezes  de.
           >  Jardineiro lá no sepulcro;
·       Cozinheiro, lá no mar da Galiléia;
·       Andarilho, com os discípulos de Emaús;
Tornou os discípulos  suas testemunhas e os enviou pelo mundo, inclusive nos concedendo a Graça de pelo batismo tornar-nos suas testemunhas.
A morte de Jesus   abriu-nos a porta para a VIDA ETERNA, nos deu oportunidade de segui-lo de  nos fazer cidadãos do céu. 
Neste noite todos os símbolos como:
·       FOGO/  representa a grande presença de Deus(Teofania)
·       LUZ/VELAS:  a LUZ QUE É Cristo  simbolizada no círio pascal.
·       Água/ Fonte de Vida.
·       Círio tocando na Água, união do elemento divino com o humano, gerador de vida...
·       O Batismo: Sepultados com Cristo  renascidos em Cristo, viveremos para Deus.
Com  a Ressurreição de Jesus os Cristãos passaram a celebrar o memorial da presença de Deus no meio do seu povo (*Eucaristia). Este memorial se inicia com o batismo.
O Batismo nos reveste com o poder e a possibilidade  da ressurreição, nos faz capazes de sermos eternos, nos une a divindade, nos faz consagrados, nos coloca na dimensão do eterno, nos faz sublimes e capazes de nos salvar.  
Por isso a antiguíssima tradição de batizar adultos nesta noite santa, de nos colocar como  agraciados pela bondade de um Deus que enviando seu filho para comunicar a salvação nos deu o batismo que nos insere em todo este mistério.
Ao observarmos  o  batismo de todos estes catecúmenos recordemos todos nós que um dia como eles também nós fomos chamados a ressuscitar com Cristo.

Sermão Sexta-Feira da Paixão de Nosso Senhor


22 de abril de 2011
Por padre Estevam

Irmãos,
Ainda estamos recordando a noite de ontem, quanto  celebramos  a memória da última ceia celebrada por  Jesus.  Mal os discípulos haviam  sentido o sabor daquele pão e daquele cálice de vinho  o cenário mudou.  No Jardim das Oliveiras Jesus  angustiado  passou  seus momentos existenciais  suando gotas de sangue enquanto os discípulos bloqueados pelo medo dormiam.
Vejamos alguns pontos da  Sagrada Palavra que estamos celebrando:
O SERVO SOFREDOR:  O profeta Isaías  séculos antes de Jesus já falava do SERVO SOFREDOR:  (...)  O Povo daquela época já achava que só quem sofria eram os maus, os castigados.  O Poema do Servo sofredor  ensina que os bons também sofrem, aplica-se inclusive a Jesus que mesmo sendo  INOCENTE e JUSTO  foi  levado como uma ovelha ao matador...

O Episódio da Paixão:
Cada evangelista focaliza, nos chama atenção, para um dado, uma realidade da vida e Paixão de Jesus.  O Evangelista João mostra Jesus sofrendo com dignidade.
É possível sofrer com dignidade e sem desespero?
Eis a dignidade com que Jesus levou a Cruz:
JULGAMENTO INJUSTO:
Soldados fortemente armados, forma atrás do inocente e não dos malfeitores.  Jesus se mostra manso, protege os seus, não permite que Pedro use da espada. Jesus se entrega sem resistência e com postura diz: SOU EU quem   procurais...
JESUS É DOADOR DA VIDA:
O relato inicia e termina em um jardim, jardim das oliveiras.  Na bíblia a dois famosos jardins, o das Oliveiras que ainda hoje é conhecido e encontrado em Jerusalém, e o Jardim do Éden que  desapareceu  ou que se tornou um convite para nós para reconstruí-lo. Podemos  compreender que Jesus Homem da natureza, do meio ambiente, aproximar-se D’ele  obriga-se a ter postura, compromisso, dignidade.  Os amigos de Jesus para segui-lo e não o abandonarem  requerem Postura..

A  Hora de Jesus, tudo está consumado (...)
Jesus assumia a condição de Filho sendo obediente.  A morte de Jesus nos chama a responsabilidade, chamou-os a seus contemporâneos. Diante de Jesus e de sua proposta ou se aceita e muda de vida ou foge  e o decepciona. Veja por exemplo o alvoroço que foi toda aquela situação, veja quem ficou próximo a cruz de Jesus e quem fugiu. (Maria.... João Evangelista.... e Pedro e os discípulos sumiram...)  

Jesus é o verdadeiro e único Rei:
Muitos escolheram  o imperador César, outros Erodes, outros até  hoje buscam no dinheiro ou no materialismo fontes de felicidade, mas, tudo é ilusório. Só Cristo e Cristo Crucificado é capaz de responder aos anseios mais profundos da vida humana.  Mas reconhecer Jesus como Rei é difícil, veja só que julgamento terrível fizeram  com ele, Anás,Caifás, Herodes, Pilatos, tanta gente para acusá-lo e todos sem  encontrar motivos somente fortalecidos  pela inveja e pela falta de amor.
  “Meu Reino não é deste mundo....”    Jesus mesmo pregado na Cruz apresenta-se como um Rei.  Muitos exegetas chamam atenção para a quantidade de perfumes que José de Arimateia e Nicodemos   prepararam o corpo de Jesus  32 litros, quantidade utilizada somente para reis....
Sepultura perto do trono, aqueles  que faziam o mal a Jesus não conseguiram destruir sua honra e dignidade. Nos relata que é impossível acabar  com a força do Espírito Santo de Deus. Ele transforma desgraças em graças abundantes,  Ele transforma sofrimento em coroação.  A Paixão de Cristo faz de nossa caminhada apesar das dificuldades uma fonte para nossa salvação e ação no mundo.

Jesus é o Cordeiro Pascal:
 Exatamente ás  três horas da tarde Ele inclinou a cabeça. Coincide com o horário que os judeus costumavam matar o carneiro para a ceia, 3h da tarde. Inclusive não podiam os judeus comer cordeiro co m ossos quebrados interessante notar que não quebram as pernas de Jesus na cruz porque Ele era o CORDEIRO DE DEUS.
Um aspecto importante era que  a antiga aliança que foi a libertação do povo do Egito foi marcado com sangue de cordeiro nas portas,  para nós a aliança nova que Jesus Instituiu foi marcada pelo derramamento de todo seu sangue na Cruz.  Hoje, na Eucaristia o sangue de Jesus é  recebido como a grande aliança de amor e perdão.

Jesus abre o acesso para o Céu  começando aqui na terra:
Jesus é o único caminho, é: aceitá-lo com toda exigência  dos seus mandamentos ou, virar as costas e seguir egoisticamente o próprio destino de infelicidade pois sem Deus o homem  não  tem futuro.
A Paixão de Cristo, sua morte  precisa mudar em nós o egoísmo, nosso coração de pedra precisa ser transformado em carne. É preciso considerar que Nosso Deus já se sacrificou demais em Jesus Cristo para salvar a nós de nós mesmo. A ordem não pode ser outra  a não ser a do inicio da quaresma: CONVERTEIVOS E CREDE NOE VANGELHO”
Aqui contemplamos a morte, amanhã a Ressurreição,  pois o que ficou no terceiro dia para os discípulos inclusive para sua Mãe Maria foi que DEUS NÃO ABVANDONOU JESUS, NÃO PERMITIU QUE ELE FICASSE NO TUMULO,  MAS RESSUSCITOU.... VEJA RESSUSCITOU, SEU SACRIFICIO ABRIU AS PORTAS DA RESSURREIÇÃO E NÃO DA REEINCARNAÇÃO DOUTRINA ESPIRITA DESRESPEITOSA  QUE NEGA TODO O SACRIFICIO DE CRISTO E SUA DIMENSÃO SALVIFICA, MAS DEIXEMOS ESTE ASSUNTO PARA AMANHÃ, HOJE,        recordemos que não deveria e não deve continuar sendo assim, mas,  recordemos que os inocentes também sofrem, trabalhemos para mudar as injustiças deste mundo...

Pe. Estevam  Santos- Pároco

Quinta-Feira Santa

21 de abril de 2011
Por padre Estevam


Caríssimos irmãos,
Na segunda feira participei de uma ceia judaica com um grupo de pessoas coordenada pelo Professor Ivo.  Os judeus até hoje celebram daquela maneira  fazendo memória  a libertação daquele povo da escravidão do Egito. Até hoje eles celebram e nós celebramos assim:  Uma sala com mesa arrumada para banquete com candelabros, velas, pratos, etc, bem parecida com o quadro que temos da Santa Ceia. Aliás, foi em uma ceia como aquela que Jesus Instituiu a Eucaristia, antes lavando os pés dos discípulos. 
Na ceia judaica os judeus em banquete  recordavam quando eles eram escravos no Egito e como Javé-Deus os libertou, tirou-os de lá com  mão forte fazendo-os atravessar o mar vermelho a pé enxuto e a ficarem 40 anos em marcha pelo deserto. Por isso naquele banquete se come ervas amargas para lembrar  a amargura que os judeus passaram no Egito, pães sem fermento para lembrar que tiveram que comer pão as pressas sem tempo para colocar fermento, comece também um carneiro que deve ser imolado as 3h da tarde, canta-se salmos, enfim,  bebe-se 4 taças de vinho. Enfim, foi em uma festa como esta celebrada anualmente que Jesus  celebrou a sua última ceia. Interessante que na ceia judaica  se lava as mãos dos convidados, lá na de Jesus ele lavou os pés dos discípulos.
Por isso, o que estamos celebrando hoje fazemos memória a ceia dos judeus, a Páscoa Judaíca(Passagem do Senhor), que é Mãe da Páscoa Cristã (Morte e Ressurreição de Jesus, nosso Deus e Senhor!)
Vejamos alguns detalhes das escrituras do Evangelista João:
CONSCIENCIA DE JESUS: Jesus sabia que tinha  chegado a sua “hora”... tendo amado os seus... Amou até as últimas conseqüências...
O Lava – Pés:   Na ceia judaica os escravos lavavam as mãos dos senhores. Aqui, Jesus  tira o manto e coloca um avental e lava os pés dos discípulos. 
Lugar Central, tira manto, bacia e jarra, se abaixa, se inclina, mostra como deve ser o serviço, quem é importante é quem serve, quem se inclina.  A Honra é  SERVIR! Servir com humildade. Assim ele mostra  concretamente uma ação concreta, não ficando  em discursos,teoria, mas de forma bem concreta, colocando a mão  na massa, deu-nos o exemplo.  Interessante se ressaltar que  não era holofotes, propaganda, que ele queria, mas, mostrar que  o importante é que o serviço edifique e colabore para o crescimento do Reino.   Mostrou-nos que devemos lavar os pés uns dos outros. Aqui, mostra que quem quer servir, na sociedade e na Igreja, nada pode fazer que venha sujar os pés ou o relacionamento com os outros. Servir é sobretudo relacionar, transbordar de carinho e disponibilidade para com o próximo.
RESSISTÊNCIA DE PEDRO: Pedro resiste, meus pés não: “Se eu não te lavar não terás  parte comigo.” Pedro,  vivia até aquele instante mergulhado em categorias . Para ele era normal a desigualdade,  como a de senhores e escravos. Por isso o espanto que Cristo os lavasse os pés.... O súdito quer ser sempre súdito, o Patrão quer ser sempre patrão, para estes os empregados são escravos. Pedro, com cabeça e coração duro não queria aceitar  o respeito a dignidade do próximo.
Ele queria se firmar na premissa que a desigualdade era necessária para a ordem da comunidade. Para ele o povo era apenas um detalhe, o que importava era os patrões. Jesus diz: SE EU NÃO TE LAVAR NÃO TERÁS PARTE COMIGO.  Pedro, então entende que precisava mudar a mentalidade e as atitudes.  Ele doravante vai entendendo que  nunca mais poderia se colocar acima dos outros, mas a serviço como  JESUS: “dei-vos o exemplo...”

Ensinamento de Jesus:
Tal mestre, tal discípulo:
Jesus, repõe o manto e senta a mesa. Mostra que ser humilde  não significa ser escravo. Mostra que é um Homem livre e assim deseja que todos assim sejamos,  nos sentando a mesa. 
Recorda que ele é o mestre, nós os discípulos. Chama atenção para o serviço desinteressado,. Os que o chamam de mestre deve aprender dele. Ele deu o exemplo... Identificar com Ele pelo amor serviço e desinteressado. Vale ressaltar a importância do serviço ao povo e não aos ritos, ao exterior....

A Instituição da Eucaristia:
Paulo diz como foi...
Foi durante a ceia, seguiu um pouco o rito dos judeus, mas, depois rompeu dando um mandamento novo.
Pegou o Pão...
Pegou o Calice....
Ele, deu-no0s este testamento, deixou-nos esta vontade: Façam isso em memória de mim.  A eucaristia é memória daquela ceia, é ensinamento para a fração do Pão, é Ação de Graças....  É reviver os acontecimentos do passado experimentando  hoje seus efeitos: “Todas as vezes que se come deste pão....”

Alguns questionamentos:
·       Se nossa participação na Eucaristia nos ajuda a partilhar...
·       Tal Mestre, Tal discípulo... Como tem sido nosso serviço na comunidade? Lugares de Honra ou serviço fraternal...
·       Celebramos desinteressadamente ou  estamos nos carregando de interesse....

5 anos de ordenação dos Pe. Irineu e Pe. Edmilsom

Homilia de 4 de março 2011

Caríssimos,
Pe. Irineu e Pe. Edmilsom.
Queridos seminaristas, padres, familiares, comunidade.

Todos tinham os olhos fixos em Jesus, isto lá na sinagoga, onde Ele havia sido criado...

Caros amigos Irineu e Edmilson,  desde 4 de março de 2006, que  vocês, passaram também a fazer a mesma experiência de Jesus:  todos, paroquianos, leigos,  meios de comunicação, familiares, colegas, bispos, passaram a fixar os olhos em vocês.  Na rua, ali vai o padre. No carro, mas que carro?  Na casa: que mansão!.  Andando sozinho: é anti-social,   com uma companhia feminina mesmo sendo a própria mãe: que namorador.   Assim aqueles que tinham os olhos fixos em Jesus o observavam e as vezes o chamavam de comilão e beberrão (Bêbado).  As vezes Jesus tinha que sair de madrugada para rezar e também para descansar. Outras vezes ficava com pena dos seus discípulos e  segurava a multidão para que os mesmos pudessem descansar. Contudo, tendo Jesus se tornado um Homem Público e conseqüentemente seus padres, o povo  ao se achegarem no aconchego de Cristo e hoje também dos seus sacerdotes continuam  a dizer, e isto é a nossa felicidade:  Ninguém jamais falou como este homem, como estes Homens...
Caros irmãos:  Abraçamos um ministério que  não apenas no altar mas em todos os lugares, todos nos enxergam  como representantes visíveis do próprio Cristo. Todos têm os olhos fixos em nós. E na verdade, é o que somos, como dizia João Paulo II: “ Vocês, podem até  serem indignos, mas não podem se esquecer que são legítimos representantes de Cristo”.
Se batizamos, é Cristo quem batiza....
Se administramos o  sagrado Crisma é o próprio Cristo quem consagra.
Se consagramos a Eucaristia, é o próprio Cristo quem age em nós.
Se absorvemos, é o próprio Cristo quem absorve.
Se nos abaixamos para ungir um enfermo, é o próprio Cristo quem abaixa e consola o doente.
Se impomos as mãos junto com  o Bispo é o que Cristo quem  ordena.
Se abençoamos os noivos, é Cristo quem abençoa.
No dia da nossa ordenação   fomos inseridos  em um novo gênero humano como também recordava o grande papa João Paulo II, por isso não nos resta outra coisa a dizer a não ser também  palavrazear  o apostolo Paulo: Já não sou eu quem vivo, mas Cristo quem vive em mim....  Carregamos um tesouro em um vaso de barro.
Os apóstolos muitas vezes cansavam, desanimavam, se irritavam, choravam, mas, sabiam em quem colocava a sua confiança: “ A quem iremos nós, se só TU tens palavra de vida eterna.”
Por isso caros irmãos, as palavras de Paulo hoje a Timóteo são sobretudo para vocês: “...”
A Igreja precisa de padres,  padres segundo o coração de deus: “Dar-vos- eis pastores segundo o meu coração...”. Nosso dever rezar e proteger nossos sacerdotes. Proteger com nossas orações e amizade. Nossa colaboração e compreensão da missão no mundo.
A TV, as vezes mostra  escândalos envolvendo padres.   Certamente nos detestamos e reprovamos condutas de sacerdotes que se desviam. Mas, graças a Deus um número  que não chega a 0,1% dos mais de 400 mil padres existentes no mundo. A Tv exagera, tenta generalizar e nos atingir. Pois ferindo a reputação dos pastores as ovelhas podem se dispersar. Porém, muito maior é o exemplo e o testemunho de  nossos padres, estes sim: precisamos exaltar e visibilizar.   Falando de escândalos, um sacerdote fiel tornou-se no mundo um escândalo como recordou nosso santo Padre Bento XVI. O escândalo de ser  celibatário.  Dizem: como é possível o padre não casar. Engraçado que os que normalmente dizem isso não estão nem ai para o casamento.
Alguns duvidam que seja possível viver sem praticar sexo.  Como seria bom que ficasse claro, que a necessidade básica não é praticar sexo e sim ser amado.  O padre, deixemos claro, não casa e faz voto de castidade, porque ama de mais. É possível viver sem relação sexual, mas, é impossível viver sem amar. O padre não se casa, porque ama de mais. O Padre é um Homem de AMOR, que ama, e ama muito, não tem lugar em seu coração ou em sua cama a não ser para esta canalização do amor.   
Pe. Irineu e Pe. Edmilson, vocês são exemplos e motivos de orgulho para nossa arquidiocese, para seus colegas e seus fieis.  Você Irineu, desde criança tão fiel, lá na Catedral como coroinha.  Com espírito missionário.  Chegou aqui, vindo de Anagé  de forma tão querida, revigorou a confiança das sofridas ovelhas deste redil. Ouvimos tantos elogios a seu respeito. Muitas são as vezes que lhe aconselhamos que procure descansar um pouco, pois não tens outro oficio a não ser se consumir pelas ovelhas.
Pe. Edmilson,  recordo que assim que  cheguei  em Planalto como Pároco,   você acabara de ir para o seminário. Eram tantos os elogios. Filho carinhoso, amigo fiel, servidor  tão humilde daquela cidade e dos seus cidadãos e familiares. Tão preocupado com sua mãe e familiares.  Seus olhos sempre fixos nos seus e sua esperança e confiança em Cristo.  Em Itapetinga e em Maiquinique  deixou um bom legado , grandes admiradores. De inteligência sempre reconhecida pelos professores e de conduta exemplar,  certamente despertaram no Bispo o discernimento para lhe nomear reitor do seminário do Propedêutico de onde sairão  os futuros padres.
 Vocês seminaristas com o Pe. Edmilson e vocês paroquianos  desta paróquia e vicariato estão podendo enxergar Jesus com tanta clareza através destes dois bons servos, que só podemos mais uma vez agradecer recordando as palavras divinas: PASTORES DABIS VOBIS...”
Encerro estas simples palavras recordando a missão do padre, lidas e também vividas por Jesus, expressa na passagem na escritura que acabamos de ouvir:
O Espírito do Senhor está sobre mim....
Porque me ungiu...
Para  evangelizar os pobres....
Anunciar o tempo de graça....
Nunca desanimem amigos meus, amados pastores, queridos seminaristas,
O Cristo que nos chamou, também nos  capacita,
Aqui vale o mesmo gesto e atenção:
Tenhamos TAMBEM OS OLHOS FIXOS EM JESUS NOSSO AMOR, NOSSO SENHOR, NOSSO MESTRE E NOSSO PASTOR.

Pe. Estevam Santos Silva Filho